NOTA DE REPÚDIO
A Associação Nacional da Advocacia Negra – ANAN manifesta seu repúdio ao assassinato de João Alberto Silveira Freitas, mais uma pessoa negra morta de maneira covarde, dessa vez pelas mãos dos seguranças do Carrefour em Porto Alegre/RS.
A sensação que nós temos é a de que esse monstro chamado “racismo” além de cruel está nos mostrando uma outra face: a do deboche. Porque nem no dia da chamada “Consciência Negra” nós encontramos um pingo de paz para abordarmos outras questões tão relevantes para a causa antirracista.
Poderíamos falar sobre o que é o “racismo estrutural”, poderíamos abordar alternativas para melhorar a nossa representatividade na política, poderíamos falar de meios de como quebrar estereótipos negativos, enfim, uma gama de assuntos de interesse para a população negra.
Entretanto, nesse 20 de novembro de 2020 nos vemos obrigados a exigir da sociedade brasileira o mínimo, o direito mais básico que existe: parem de nos matar!
Porque não existe a tal da “consciência humana”, esse tão mesquinho argumento utilizado para diminuir as manifestações ocorridas nessa data. Se houvesse, nós não estaríamos aqui clamando pelo comezinho direito de viver, o melhor, em se tratando de pessoas negras no Brasil, pelo simples direito de sobreviver.
Senhor Vice-Presidente da República, Hamilton Mourão, trago-lhe uma novidade: no Brasil existe sim racismo. Aqui existe racismo e é obrigação do Estado Brasileiro tomar medidas concretas para combate dessa verdadeira chaga social, conforme está previsto na Constituição Federal (art. 4, VIII).
Ontem foi o João. Amanhã poderá ser qualquer um de nós. Que morre ou que chora a morte de um ente querido.
Até quando?
Estevão Silva
Presidente da Associação Nacional da Advocacia Negra- ANAN
Mylena Christina Silva de Matos
Sub. Dir. Jurídica da Associação Nacional da Advocacia Negra- ANAN
Diogo de Oliveira
Departamento jurídico da ANAN
Anderson Veloso
Departamento jurídico da ANAN
Meus cumprimentos a Associação Nacional da Advocacia Negra – ANAN , pela excelente NOTA REPÚDIO praticados pelo espancamento de cliente negro até a morte.
Desta forma , verifica-se que ANAN está sempre atenda em defender os direitos da população negra.